Quero escrever um livro que tenha o cheiro da grama molhada de certa casa. As portas são de madeira maciça, mas estão sempre abertas. As janelas, amplas e não menos de duas por cômodo, deixam o mundo entrar sem ser anunciado. O jardim é pequeno, mas nada econômico nas cores. No quintal, vêem-se árvores cujos nomes ainda sequer foram inventados. Rodeando a casa, estipulando limites, um muro desenhado a giz, erguido no ar na mais irretocável perspectiva.
Não há vizinhos. É a única casa da rua. Já ao longe, assim que se dobra a esquina para entrar na Seminarstrasse, pode-se avistá-la. Nem grande nem pequena e sem maiores pompas. As paredes de tijolo vermelho parecem brotar do gramado verde feito esperança. No outono, o reflexo do sol às 3:00 desenha um feixe furtacor que bate bem nos olhos de que estiver no portão da frente, voltado para a janela maior da sala. No início da noite, um cheiro de café incensa a casa por alguns instantes. É só o tempo de ficar pronto e então ser aprisionado na garrafa térmica da vovó - a cor de laranja, pois a florida quebrou na mudança!
O gabinete é um velho cisudo que sabe de muitas coisas. Seus livros, que não são poucos, sorriem iludidos sempre que algum visitante desavisado se aventura por lá.
Quem passa pela frente mal percebe a casa, exceto pelo fato de sofrer solitária na rua. Não tem nada que a diferencie de qualquer outra... somente esse cheiro que me nina nas noites mais longas e que dá vida ao meu livro.
O cheiro, Nina! O cheiro!
Não há vizinhos. É a única casa da rua. Já ao longe, assim que se dobra a esquina para entrar na Seminarstrasse, pode-se avistá-la. Nem grande nem pequena e sem maiores pompas. As paredes de tijolo vermelho parecem brotar do gramado verde feito esperança. No outono, o reflexo do sol às 3:00 desenha um feixe furtacor que bate bem nos olhos de que estiver no portão da frente, voltado para a janela maior da sala. No início da noite, um cheiro de café incensa a casa por alguns instantes. É só o tempo de ficar pronto e então ser aprisionado na garrafa térmica da vovó - a cor de laranja, pois a florida quebrou na mudança!
O gabinete é um velho cisudo que sabe de muitas coisas. Seus livros, que não são poucos, sorriem iludidos sempre que algum visitante desavisado se aventura por lá.
Quem passa pela frente mal percebe a casa, exceto pelo fato de sofrer solitária na rua. Não tem nada que a diferencie de qualquer outra... somente esse cheiro que me nina nas noites mais longas e que dá vida ao meu livro.
O cheiro, Nina! O cheiro!
25 de junho de 2008 às 05:49
num lugar desses não ia querer muita coisa além de uma boa companhia... quanto ao cheiro, prefiro canela.
beijos
25 de junho de 2008 às 11:34
hm... que delicia de texto!
adoro cheiro de grama molhada!
25 de junho de 2008 às 13:39
Mas essa garrafa aí tem cor de avelã... hihi
bj
3 de julho de 2008 às 15:17
Texto emocinante. Dá prá imaginar cada detalhe descrito. Dá vontade de viver a emoção descrita.
Show!
Bjs