D. Diva

Mario Quintana dizia que o poeta sofre duas vezes: quando escreve e quando recitam os seus poemas. D. Diva, mãe de meu pai - avó e madrinha, como ela adorava ressaltar – era uma exceção. Lembro-me dela sentada na cadeira de balanço entre a cama e a penteadeira (toda casa de avó que se preze tem uma penteadeira), recitando diversas poesias que sabia decor. Eu me deliciava com cada sílaba. Tudo estava no lugar certo: as pausas, a entonação... recordo dela se inclinando para frente, baixando o tom da voz olhando direto nos meus olhos, sem me dar chances de escapar da poesia.
Minha Vó Diva, toda vez que recitava, construia um novo poema.

2 Response to "D. Diva"

  1. Unknown Says:

    Minha avó Ju era assim também... Contava caso e recitava... fazia doce e plantava jasmim.

    (Penteadeira é realmente a cara de casa de vó!)

    ;)

    P.S:e agora eu vou digitar kqgstvp)

  2. Cris O Says:

    Como diria um grande amigo meu: SENSACIONAL!!!!